sábado, 25 de outubro de 2008
Um pouco mais
Me leve pro mar meu bem...Me leve pro nada, onde não haja ninguém. Me traga paz, canção e amor. Me mostre o singelo e me diga do bem. Me sonhe nos seus sonhos onde dos meus nunca saíres, assim de mansinho como te tenho me tenhas.
Quero por do sol, leite em pó com açúcar, gelatina quebrada e manha no reduto.
Peço apenas um pouco de poesia, se não souberes prometo que ti ensino, pois lhe juro descanso, sombra e água fresca!
Se altas ondas quebrarem, ti puxo pra baixo do mar e lhe dou ar.
Confesso não sou sereia, nem duquesa, não trago riqueza nem prometo céus e mares...Se consigo arrancar um sorriso...ah com isso ganho o meu dia!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
navio de velas brancas
“Voltaram ao quintal no momento em que um navio de velas brancas passava pelo quebra-mar, entrando no porto. Ela o olhou por um momento, encantada, e disse para o filho:
- Mira!
Jaime sorriu. A mãe lhe havia falado sobre os navios, dizendo que quando era menina o pai dela costumava levá-la para o morro, de onde ficavam olhando os navios que entravam no porto. E ele dizia que algum dia um grande navio de velas brancas chegaria para levá-los de volta à sua terra, onde se vivia em liberdade e onde um homem não tinha de dobrar os joelhos para ganhar o pão de cada dia.
O pai dela havia morrido há muito tempo, mas lhe deixara o sonho. E o sonho se transferira agora para o filho. Era ele que os levaria para a liberdade com a sua força e o seu conhecimento.
- Você teria gostado daquele navio - disse o filho.
Ela sorriu enquanto eles se encaminhavam para o cavalo, que comia o capim macio perto da cerca.
- Você é meu navio de velas brancas, jaime.”
Trecho retirado do livro “Os Libertinos” Harold Robbins
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Certeza não tenho, indago-me; para saber se não eram realmente 20 anos, mas como ter certeza se nunca os tive!
AHH! De nada me restam as certezas, pois um dia tive a certeza que seria médico, hoje já não sei se faço Direito ou Filosofia.
Gosto de descobrir coisas novas, de intender o que se passa, o que se foi, o que será!
Certa vez, estava a passar por certo caminho, certa pessoa, com alguns certos olhares, que de nada me valeram, duas ou tres desconfianças.Essas porém que me trouxeram 3 ou 4 pensamentos. Um deles me falava da vida, é... que devia ser bem vivida, talvez um pouco mais aproveitada, sempre viria com trovejos de algumas amarguras, oras também para serem deleitados. Então olhei para o céu, nuvens branquinhas de algodão, que até parecia com um coelhinho, daqueles gordinhos e bem fofinhos...Continuei a caminhar, e ao olhar novamente para o céu, via não mais um coelhinho, e sim um embaraço de fumaça, não quiz pensar que o vento o tinha levado, simplesmente achei que deveras havia ido pegar uma cenoura ou algo do tipo! Coelhos comem cenoura, e as horas comem a gente!
Sem notar, já tinha perdido muito tempo, pensando nos anos, nos caminhos, desconfianças, vida e coelhinhos, mas pensar que havia perdido tempo, nada mais me fez crer, que desde o começo falara dele, esse que tantos falam e já é batido, talvez o retempere com mais alguns "AS" ou "Ques"
Espiral
Quando imagino que a campainha toca, descubro que apenas imaginei
Quando tenho a certeza que nunca mais vou perder meus olhos nos teus, a certeza me mostra as contradiçoes da vida.E a vida, essa vida que vive a nos juntar em belos abraços, sorrisos, conselhos e lagrimas, é essa mesma que teima em nos separar...
Sinto um aperto,acho que é meu coração, dizendo que por mais completa que a vida esteja, ela ainda não está completa; impossivel ser feliz, sem ter quem amamos bem ao nosso lado,impossivel ser feliz, ouvindo voce dizer que as coisas não sao faceis, e que os preços são altos.
Talvez pareça piada, não daquelas que começamos rindo e terminamos chorando de dor na barriga e nas buchechas, é daquelas que começamos chorando e teimamos a chorar até ver que a dor não cessará, então fingimos rir pra não enlouquecer
Voce ficou pra trás.
domingo, 31 de agosto de 2008
Nada Pra Mim
Não vim aqui, pra entender ou explicar
Nem pedir nada prá mim,não quero nada prá mim...
Eu!
Vim pelo que sei; e pelo que sei
Você gosta de mim
É por isso que eu vim...
Eu não quero cantar
Pra ninguém a canção
Que eu fiz prá você,que eu guardei pra você
Prá você não esquecer
Que eu tenho um coração; e é seu!...
Tudo mais que eu tenho,tenho tempo de sobra
Tive você na mão
E agora
Tenho só essa canção...
sábado, 9 de agosto de 2008
Pesares da vida
Minhas vistas doem, minha barriga cheia até parece uma procissão, daquelas que enchem as pernas de mentes ocas. Cabeça, costas, rins, joelhos, dos dedos aos olhares, assim doem e vai ao refluxo da mente o porque das dores, insensibilidades que se tornaram comuns. Não remexo com carne, pois destas todas estragam ao pó e cinza; tento apenas embalsamar para que sinta menos os pesares desse jogo.
Assim mesmo, desse jeito como pedra suporta as águas, ao leito, pois a cada batida da maré leva contigo algumas de suas pequenas poeiras.Vendo assim não apenas como um levar, mas como mudanças dessas tais formas.
Como o refluxo da maré leva pedras contigo, Ohhh... Refluxo da vida me levas também...
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Dona Quitéria
Essa é Dona Quitéria,Dona Quitéria da quitanda. Dona Quitéria gosta de pimentoes verdes vermelho e amarelos. Dona Quitéria gosta de abóboras,abóboras laranjas, tambem com pimentoes verdes, vermelhos e amarelos Dona Quitéria tem um cachorro chamado Rei. Rei é filho de Duqueza e de Barão,assim dona Quitéria que não é duqueza nem filha de barão, tem um filho chamado Rei. Rei não come damasco, por serem laranjas. Rei come alcachofras,por serem roxas, e roxo é cor de Rei. Rei come alcachofras com pimentoes verdes, vermelhos e amarelos. Dona Quitéria da quitanda já foi aeromoça, aerofragil e aerobela, mas de nada quanto jovem, lhe valeu tanta formosura.Dona Quitéria casou-se com seu Osvaldo, esse que jaz! E va embora com o diabo. Diabo agenor, o açogueiro da vila. Seu Osvaldo só come as 8, come arroz, feijão, mas não come pimentoes verdes, vermelhos e amarelos. Seu Osvaldo saiu certa vez para comprar cigarros, comprou cigarros, passagens e Agenor, que desse nunca mais se soube, nem Dona Quitéria da quitanda o quiz saber, pois seu Osvaldo nunca havia comprado passagens para Dona Quitéria. Seu Osvaldo só comia as 8, comia arroz, feijão e Dona Quitéria! Dona Quitéria tem tapetes, tapetes azuis, ela não gosta dos tapetes, gosta dos formatos e tamanhos. Dona Quitéria não gosta de pisar em xão liso, Dona Quitéria gosta dos formatos, tamanhos dos tapetes. Essas são as caixas de Dona Quitéria, caixas empilhadas e coloridas, caixas com tamanhos e formatos. As caixas emitem sons e cores e são caixas dos pimentoes verdes, vermelhos e amarelos. As paredes de dona Quitéria, são paredes com formatos e tamanhos, paredes com desenhos, cançoes e melodias nelas há nuvens e borboletas, mas são apenas paredes, paredes de formatos e tamanhos. Dona Quitéria não usa tamancos, ela gosta do xão, e desde menina, adora acordar quente, e por o pé no xão frio, assim dona Quitéria sente o xão, o xão e o frio. Quando criança sonhava em ser pintora, mais o maximo que pintou foi os cabelos de sua mae, pintando dona Quitéria poderia ir a qualquer lugar, de qualquer formato e tamanho. Dona Quitéria não tem parentes, não tem amigos, apenas vende pimentoes verdes, vermelhos e amarelos. Dona Quitéria não tem quem diga a ela, que ela não sonha em ser artista, ela é uma artista.
domingo, 15 de junho de 2008
Projeto de Recreação para Crianças Carentes
Talvez na correria do dia-a-dia, entre buzinas, metas e stress que todo o cotidiano nos causa, muitas das vezes esquecemos de olhar para o nosso lado, pensar que aquele homem que acaba de esbarrar em você, ele tem uma historia, tem uma vida, família, e ações, essas ações que muitas das vezes chega a interferir na sua própria vida, e mesmo que sem que seja notado, todas nossas ações interferem na vida de outras pessoas, pessoas com historias.
Se todos nos interferimos involuntariamente na vida de varias pessoas, o que nos impede de conhecer outras historias, outras passagens, outras vidas...Talvez seja as buzinas, as metas, ou quem sabe nos mesmos?
Com o trabalho voluntário não estamos apenas ajudando aqueles que aparentemente precisam de ajuda, estamos ajudando a nos mesmos, a reconhecer pontos que não eram vistos, detalhes imperceptíveis até então. Aprendemos a observar que não só o mundo que é um circulo, nossas vidas também se entrelaçam com outras vidas. Porque não fazer desse vinculo o bem?
Quando se ver uma criança em um lar, ou passando por necessidades, necessidades estas que nos emocionamos apenas por ver na televisão, ou ler em um jornal, pensamos que o pouco que damos a elas, é muito...E não é apenas dos sorrisos e gargalhadas que percebemos isso, é no abraço, naquele abraço puro e sincero, um abraço sem medo nem receio, aquele abraço que muitas das vezes não damos nem nas pessoas que amamos, e eles abraçam com tal intensidade que você chega a se sentir a melhor pessoa do mundo, a mais gigante, ate mesmo o super herói, quando elas começam a correr atrás de você. Ai pensamos em tudo que fizemos e sim, no quanto elas demonstraram tanta felicidade, mas nada, nada disso é melhor do que o nosso bem maior, o que recebemos sem duvida é gigantesco.
O que é ? É tudo isso e mais milhões de palavras, palavras estas que ainda não colocaram no dicionário, sentimentos estes que não classificaram, emoções estas que nem descobrimos por inteira. É tudo isso e um pouco mais.
Esse é o trabalho, o verdadeiro trabalho, nesse trabalho entramos com brincadeiras de roda, desde o samba-le-le até cirandinha, resgatamos brincadeiras que a muito foram esquecidas, ou apagadas com as alternativas do mundo moderno, mas são nessas brincadeiras que passamos o companheirismo, o toque com a terra, e o verdadeiro gosto de ser criança. Tentamos humildemente levar tudo isso a essas crianças.
Exploração Infantil
“Ajudo a fazer sapatos, a coser. Coso antes de vir para a escola e à noite, dois sacos por dia, quarenta sapatos, vinte pares.” (10 anos)
O termo “criança maltratada”, engloba vários tipo de agressões como por negligencia – física, educativa, emocional ou abusiva como – físico, emocional, sexual...
A negligencia é derivada com a falta dos cuidados básicos necessários como alimentação, higiene, educação, cuidados médicos. A negligencia emocional, é quando as exigências emocionais da criança são privadas, trazendo uma agressão no seu convívio social, no seu crescimento normal sem um suporte. A negligencia educacional é quando a criança é privada ou é entardecido sua inicialização na escola, ou quando há absentismo escolar freqüente ou quando de uma maneira os pais interferem na educação escolar como o uso de álcool ou outras drogas.
Quando falamos de Abuso, logo se subentende o abuso físico (bater, morder, queimar, empurrar, dar pontapés), não podemos esquecer que existem o abuso psicológico (ataques verbais, inferiorizar e certos castigo como trancar em um quarto escuro) e o abuso sexual. O abuso psicológico e o sexual são mais difíceis de se identificar, e tomar noção em números e estatísticas do seu verdadeiro tamanho, sem falar no tamanho que realmente é impossível de ser calculado, o quanto afetou no desenvolvimento e na vida que essa criança vai passar a ter.
Os maus tratos infantis é um problema global, em todas as sociedades, raças, religiões e classes econômicas, embora não sirva como desculpa há fatores que auxiliam nessas ações como: o abusador ter sofrido agressões enquanto criança, depressão, isolamento, ser toxicodependente ou alcoólico. Problemas familiares como conjugais, falta de apoio social, más habitação, falta de comunicação...Não podemos esquecer que algumas características da criança também auxiliam como a hiperatividade ou deficiência que necessitam de cuidados especiais
Esses fatores jamais justificaram qualquer tipo de agressão, podem sim, serem vistos como fatores de riscos para o aparecimento de maus tratos.
As pessoas que maltratam, são pessoas de qualquer raça, religião, ou estado social, o que dificulta ainda mais para que sejam distinguidas das outras pessoas. São pessoas que levam consigo problemas emocionais, psicológicos, mas que se perguntadas sobre o que fazem, elas normalmente respondem com a maior vulgaridade, frieza, como se fosse a coisa mais normal do mundo, um hábito casual e normal do dia-a-dia. São pessoas que necessitam também de uma ajuda e um tratamento adequado.
O trabalho infantil é proibido por lei para menores de 16 anos, mas não precisamos ir muito longe para que vermos esse tipo de trabalho, afinal as ruas estão cheia de menores vendendo balas, jornais em semáforos e muitos chegam até a apanhar caso não chegue com dinheiro em casa. Crianças em todo o mundo são submetidas a jornadas longas de trabalho, ou até mesmo a mesma jornada que a de um adulto, o trabalho agrícola, por exemplo, era em gerações passadas muito pouco mencionado e visto como uma coisa habitual e normal, afinal crianças de 7 anos já acompanhavam seus pais nas lavouras, realidades vivida por nossos pais, avós que cresceram em cidades do interior. Mas hoje as informações são passadas para a grande massa, e sabemos que ainda ser criança no século XXI, é continuar tendo que trabalhar (triste realidade). O nordeste é a região do Brasil com maior numero de crianças trabalhando. A Bahia é o estado com a maior mão-de-obra infantil, cerca de 10% do total da região. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, no Brasil há cerca de 1,2 milhões de crianças de 5 a 13 anos trabalhando. Dia 12 de junho é o dia mundial contra o trabalho infantil, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho) são cento e sessenta e cinco milhões de crianças de 4 a 15 anos trabalhando no mundo.
A exploração infantil infelizmente se tornou uma fonte de renda para as famílias, submetendo até mesmo essas crianças a venda, comercializando-os como se fossem mercadorias. Na África existem os “Mercadores de Homens” que compram essas crianças, por um preço muito baixo e as obrigam a trabalhar em plantações, quando as meninas não sofrem abusos sexuais.
O trabalho infantil doméstico está longe das fiscalizações, por ocorrerem dentro das casas, estima-se que no Brasil sejam mais de 400 mil crianças e adolescentes que exercem o trabalho doméstico. São meninas que na sua maioria são pardas ou negras, e vão em busca de uma vida melhor e encontram apenas comida e um lugar pra dormir, com uma remuneração baixíssima, são muitas das vezes humilhadas e abusadas. As empregadas domésticas têm baixa escolaridade, não possuem carteira assinada, nem nenhum direito como folga ou férias, fazem todos os serviços domésticos e se vêem pressas as famílias que as empregou.
No Brasil há cerca de 2 mil pontos de exploração sexual infanto-juvenil, sabemos que muitas dessas crianças trocam seus corpos por pratos de comida, ou por um mísero dinheiro para ajudar suas famílias. Há pelo menos 500 mil crianças no Brasil sendo exploradas, de acordo com a Unicef, a exploração sexual atinge cerca de 927 municípios brasileiros. São meninas que chegam a trabalhar com mais de 5 parceiros por noite, expõe seus corpos, que muitas das vezes está em formação, podendo adquirir qualquer tipo de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS por exemplo. Correm o risco de uma gravidez indesejada, sem conhecer a infância, e já se tornam mães sem ao menos saber trocar uma fralda. Muitas optam pelo aborto, clinicas “fantasmas”, chás que destroem todo o interior e prejudicam a saúde, e até mesmo agulhas de crochê para matar o feto, sofrendo dores terríveis para eliminação do feto.
A prostituição infantil se tornou um negócio, que se vê sem solução, por ser o terceiro mais rentável no “comércio” mundial, atrás apenas da industria de armas e do narcotráfico. O que não podemos esquecer também é que os clientes são na sua maioria bem sucedidos, de classes média, alta, empresários; também os motoristas de caminhão, táxi, e até mesmo policiais.
O turismo sexual intensifica de uma maneira abafada mais grandiosa, turistas que vêem ao Brasil, em busca de lindas praias e mulheres, com pensamentos do tipo “caipirinha, sexo e samba”, agravam o quadro da exploração sexual, agências, hotéis, prostíbulos auxiliando com a conivência, havendo até catalogo das “mercadorias”. Crianças que por motivos de baixa renda, vêem nesse meio uma forma de ganhar dinheiro, sem saber o estrago que está fazendo em seu corpo. A expansão do turismo sexual infantil é expressivo, paises como o Quênia, Colômbia, Camboja, Mongólia, e Estónia se transformaram em pólos do turismo sexual infantil, com um contexto cultural pobre, necessidades sociais e um estatuto legal frágil.
Criança não é atração turística!