domingo, 15 de junho de 2008

Exploração Infantil



“Ajudo a fazer sapatos, a coser. Coso antes de vir para a escola e à noite, dois sacos por dia, quarenta sapatos, vinte pares.” (10 anos)

O termo “criança maltratada”, engloba vários tipo de agressões como por negligencia – física, educativa, emocional ou abusiva como – físico, emocional, sexual...

A negligencia é derivada com a falta dos cuidados básicos necessários como alimentação, higiene, educação, cuidados médicos. A negligencia emocional, é quando as exigências emocionais da criança são privadas, trazendo uma agressão no seu convívio social, no seu crescimento normal sem um suporte. A negligencia educacional é quando a criança é privada ou é entardecido sua inicialização na escola, ou quando há absentismo escolar freqüente ou quando de uma maneira os pais interferem na educação escolar como o uso de álcool ou outras drogas.

Quando falamos de Abuso, logo se subentende o abuso físico (bater, morder, queimar, empurrar, dar pontapés), não podemos esquecer que existem o abuso psicológico (ataques verbais, inferiorizar e certos castigo como trancar em um quarto escuro) e o abuso sexual. O abuso psicológico e o sexual são mais difíceis de se identificar, e tomar noção em números e estatísticas do seu verdadeiro tamanho, sem falar no tamanho que realmente é impossível de ser calculado, o quanto afetou no desenvolvimento e na vida que essa criança vai passar a ter.

Os maus tratos infantis é um problema global, em todas as sociedades, raças, religiões e classes econômicas, embora não sirva como desculpa há fatores que auxiliam nessas ações como: o abusador ter sofrido agressões enquanto criança, depressão, isolamento, ser toxicodependente ou alcoólico. Problemas familiares como conjugais, falta de apoio social, más habitação, falta de comunicação...Não podemos esquecer que algumas características da criança também auxiliam como a hiperatividade ou deficiência que necessitam de cuidados especiais

Esses fatores jamais justificaram qualquer tipo de agressão, podem sim, serem vistos como fatores de riscos para o aparecimento de maus tratos.

As pessoas que maltratam, são pessoas de qualquer raça, religião, ou estado social, o que dificulta ainda mais para que sejam distinguidas das outras pessoas. São pessoas que levam consigo problemas emocionais, psicológicos, mas que se perguntadas sobre o que fazem, elas normalmente respondem com a maior vulgaridade, frieza, como se fosse a coisa mais normal do mundo, um hábito casual e normal do dia-a-dia. São pessoas que necessitam também de uma ajuda e um tratamento adequado.

O trabalho infantil é proibido por lei para menores de 16 anos, mas não precisamos ir muito longe para que vermos esse tipo de trabalho, afinal as ruas estão cheia de menores vendendo balas, jornais em semáforos e muitos chegam até a apanhar caso não chegue com dinheiro em casa. Crianças em todo o mundo são submetidas a jornadas longas de trabalho, ou até mesmo a mesma jornada que a de um adulto, o trabalho agrícola, por exemplo, era em gerações passadas muito pouco mencionado e visto como uma coisa habitual e normal, afinal crianças de 7 anos já acompanhavam seus pais nas lavouras, realidades vivida por nossos pais, avós que cresceram em cidades do interior. Mas hoje as informações são passadas para a grande massa, e sabemos que ainda ser criança no século XXI, é continuar tendo que trabalhar (triste realidade). O nordeste é a região do Brasil com maior numero de crianças trabalhando. A Bahia é o estado com a maior mão-de-obra infantil, cerca de 10% do total da região. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, no Brasil há cerca de 1,2 milhões de crianças de 5 a 13 anos trabalhando. Dia 12 de junho é o dia mundial contra o trabalho infantil, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho) são cento e sessenta e cinco milhões de crianças de 4 a 15 anos trabalhando no mundo.

A exploração infantil infelizmente se tornou uma fonte de renda para as famílias, submetendo até mesmo essas crianças a venda, comercializando-os como se fossem mercadorias. Na África existem os “Mercadores de Homens” que compram essas crianças, por um preço muito baixo e as obrigam a trabalhar em plantações, quando as meninas não sofrem abusos sexuais.

O trabalho infantil doméstico está longe das fiscalizações, por ocorrerem dentro das casas, estima-se que no Brasil sejam mais de 400 mil crianças e adolescentes que exercem o trabalho doméstico. São meninas que na sua maioria são pardas ou negras, e vão em busca de uma vida melhor e encontram apenas comida e um lugar pra dormir, com uma remuneração baixíssima, são muitas das vezes humilhadas e abusadas. As empregadas domésticas têm baixa escolaridade, não possuem carteira assinada, nem nenhum direito como folga ou férias, fazem todos os serviços domésticos e se vêem pressas as famílias que as empregou.

No Brasil há cerca de 2 mil pontos de exploração sexual infanto-juvenil, sabemos que muitas dessas crianças trocam seus corpos por pratos de comida, ou por um mísero dinheiro para ajudar suas famílias. Há pelo menos 500 mil crianças no Brasil sendo exploradas, de acordo com a Unicef, a exploração sexual atinge cerca de 927 municípios brasileiros. São meninas que chegam a trabalhar com mais de 5 parceiros por noite, expõe seus corpos, que muitas das vezes está em formação, podendo adquirir qualquer tipo de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS por exemplo. Correm o risco de uma gravidez indesejada, sem conhecer a infância, e já se tornam mães sem ao menos saber trocar uma fralda. Muitas optam pelo aborto, clinicas “fantasmas”, chás que destroem todo o interior e prejudicam a saúde, e até mesmo agulhas de crochê para matar o feto, sofrendo dores terríveis para eliminação do feto.

A prostituição infantil se tornou um negócio, que se vê sem solução, por ser o terceiro mais rentável no “comércio” mundial, atrás apenas da industria de armas e do narcotráfico. O que não podemos esquecer também é que os clientes são na sua maioria bem sucedidos, de classes média, alta, empresários; também os motoristas de caminhão, táxi, e até mesmo policiais.

O turismo sexual intensifica de uma maneira abafada mais grandiosa, turistas que vêem ao Brasil, em busca de lindas praias e mulheres, com pensamentos do tipo “caipirinha, sexo e samba”, agravam o quadro da exploração sexual, agências, hotéis, prostíbulos auxiliando com a conivência, havendo até catalogo das “mercadorias”. Crianças que por motivos de baixa renda, vêem nesse meio uma forma de ganhar dinheiro, sem saber o estrago que está fazendo em seu corpo. A expansão do turismo sexual infantil é expressivo, paises como o Quênia, Colômbia, Camboja, Mongólia, e Estónia se transformaram em pólos do turismo sexual infantil, com um contexto cultural pobre, necessidades sociais e um estatuto legal frágil.

Criança não é atração turística!

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